Publicado em 17/07/2008 11:31

AINDA SOBRE PLANTAR...

Pensam aquelas, egoístas, em si próprias; cogitam estas, altruístas nos que virão. Uns usufruem o hoje, pouco se lhes dando o amanhã: "Aprés moi, le déluge"...


Vinha  o  Califa, quando lhe chamou a atenção um velho, já octogenário, plantando a mudinha de tamareira. Parou, interpelou o velho, zombando:
- “Pois então, já com o pé na cova, que tolice era aquela de plantar árvore que só iria  produzir dali a muito tempo, para que e para quem colher?”
Ao que o ancião respondeu tranqüilo:
- “Seus filhos, seus  netos, quem quer que Alá permitisse viver depois que ele tivesse partido!”
O Califa recolheu-se envergonhado e se foi pelo seu caminho. Ensina Rui Barbosa, haver criaturas que plantam couves, para o alimento de hoje; outras que plantam carvalhos, para proveito dos porvindouros.

Pensam aquelas, egoístas, em si próprias; cogitam estas, altruístas nos que virão. Uns usufruem o hoje, pouco se lhes dando o amanhã: “Aprés moi, le déluge” respondeu Luiz XV aos que o alertavam a respeito ao chão que pisava prestes a esboroar-se; danem-se os que vierem depois. De 26 séculos atrás vem a mensagem do poeta chinês Kuan-tzu: “Se seus projetos são para um ano, semeia o grão; se são para dez anos, planta uma árvore; se são para cem anos, instrui o povo. Semeando uma vez o grão, colherás uma vez; plantando uma árvore, colherás dez vezes;  instruindo o povo, colherás cem vezes”.


Dr. Sebastião Amilton Pinheiro
ortopedista

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