Os principais responsáveis por exigir o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI) admitem que as gestões municipais acabam sendo menos pressionadas do que as capitais e órgãos estaduais e federais. “Parece que a onda de cobranças ainda não chegou ao interior”, aponta o procurador regional dos direitos do cidadão do Ministério Público Federal (MPF), Ailton Benedito de Sousa.
Segundo o representante do MPF, a própria quantidade de municípios e a precariedade de muitas administrações são algumas das barreiras. Ele acredita, no entanto, que a eficácia da lei depende de fiscalização da sociedade. O Fórum Goiano de Combate à Corrupção (Focco-GO), do qual fazem parte o MPF e outras 14 entidades, também reconhece que o problema é mais acentuado no interior.
Membro da comissão executiva do Focco, o procurador da República Hélio Telho afirma que o próximo passo da entidade é fiscalizar o cumprimento da LAI no âmbito dos municípios.
Uma má administração - ou ainda que não seja de toda má - mas tornada instável ou descontínua  por força de anormalidades, pode interromper o progresso de um município e até mesmo criar situações caóticas, comprometendo o futuro da cidade.
Importa também bastante a qualificação das câmaras municipais. Pois elas são a vigilância do Poder Executivo. Se perdem em qualificação e no nível do desempenho, passam a ser omissas ou perdem mesmo o respeito da sociedade.
É preciso cobrar das câmaras municipais maior atenção em face de interesses dos municípios. Trata-se de uma omissão imperdoável, pois os recursos perdidos teriam sido muito úteis para fortalecer a estrutura de segurança no trânsito.
A gestão de nível municipal é a que se realiza de modo mais próximo do cidadão e este é um dos principais motivos de sua importância. Mas, com omissões desse tipo, tal importância se torna inócua para este mesmo cidadão. Por isto mesmo a sociedade tem todo o direito de cobrar responsabilidade.

foto: blog Liberdade Azul