Publicado em 30/10/2006 14:14

Sete anos de atraso

Os antigos diziam que quem matasse as aves inhuma teria sete anos de atraso na vida.

O pássaro inhuma, cujo plural é inhumas, vive em lagoas, brejos e às margens dos rios. A  ave é também conhecida como inhaúma e anhiuma. De região de clima quente e temperado, era comum em Goiás, Minas e São Paulo. Há registro de sua existência na Bolívia, Venezuela, Equador e Guianas.
 Ave da ordem dos anseriformes, da família dos anhimídeos, é preta com ventre branco. Quando adulta chega à altura de 85 centímetros. Ela possui uma espécie de chifre, medindo 12 centímetros. O povo acredita que esse chifre transformado em porção tivesse grandes efeitos afrodisíacos para uns e, para outros, contra mau-olhado.
 
A inhuma possui ainda, para sua defesa, dois esporões situados no bordo anterior das asas. De bico pardo com a ponta esbranqueada, tem a cabeça e o peito chamaloteados. Os antigos diziam que quem as matasse teria sete anos de atraso na vida. Essa crença, que mais era uma ameaça aos caçadores, tinha como objetivo a preservação das inhumas que existiam na região. Uma lei estadual de 1968 estabelece que a inhuma é a ave símbolo de Goiás. (trecho do livro "Instantes da História de Inhumas" - Valume I - de Alessandro S. Miguel, Lucino S. Miguel e o professor Jamil Miguel). À venda na Banca de Revista Goiabeiras - Praça Belarmino Essado.
 
O Último Vôo da Inhuma, literatura de cordel (1981), de autoria do inhumense Paulo Adriano inicia com esses versos: Era fim da tarde / Chegava a noite / E lá no fundo da mata, / Um canto se ouvia / Era um canto sereno, / Triste na melodia.

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