Dinâmica familiar no Brasil
Pesquisa revela que família brasileira não é mais a mesma de alguns anos atrás. Muitas coisa mudou e continuará mudando. Entre os membros familiares que têm sofrido transformações o que chama mais atenção é o pai: querendo se aproximar mais do filho e extingüir a imagem de “tirano”, ele tem se tornado mais amigo da criança. Entretanto, de acordo com o estudo, não é um amigo que os filhos de hoje em dia querem.
Uma pesquisa divulgada recentemente apontou os novos traços característicos da família brasileira. O estudo investigou mais de 600 pessoas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo pais e filhos, para entender como se caracteriza a nova dinâmica familiar brasileria. O levantamento foi realizado pela distribuidora do canal Nickelodeon, Viacom Networks Brasil.
Para esquematizar a pesquisa, os estudiosos classificaram a família em três tipos: “mãe malabarista”, “pais brothers” e “pai atuante”.
Na família com “mãe malabarista”, as mães acumulam a função materna e as responsabilidades profissionais, administrando a casa e a vida dos filhos à distância. Na família com “pais brothers”, os pais procuram compensar a ausência física com a diversão, o que, segundo analistas, compromete a autoridade da figura paterna. Estes pais se consideram amigos das crianças, enquanto elas sentem falta do real papel de pai e mãe. Já a família do tipo “pai atuante” é o segmento mais moderno, em que a mãe divide os cuidados da casa com o pai.
A pesquisa a nova dinâmica familiar revela que a essência das funções materna e paterna permanece a mesma, mas as maneiras de atuar nestes papéis têm sofrido muitas mudanças. Uma das maiores transformações está no papel da mãe. Apesar de estar cada vez mais atuante no mercado de trabalho, a mãe ainda é a responsável pela organização e administração da casa, pelo bem-estar emocional e afetivo, e pela proteção dos filhos. Além disso, de acordo com a gerente de pesquisas da Viacom, Beatriz Mello, o estudo constatou que a mãe terceiriza o cuidado da casa e dos filhos, tanto para familiares (avôs e tios), quanto para a TV e para a escola.
Segundo a pesquisa, os pais são os que mais se encontram em fase de mudança. De um tempo pra cá, eles têm buscado maior proximidade com os filhos. Os pais ainda se sentem responsáveis pela transmissão de valores éticos e morais, autoridade e exemplo de conduta, mas procuram ser mais amigos dos filhos. 67% das crianças e adolescentes afirmaram conversar bastante com os pais.
Entretanto, na busca por uma aproximação maior dos filhos, a figura paterna tem apresentado dificuldades. De acordo com Beatriz Mello, os pais acham difícil equilibrar autoridade com afeto. Dessa forma, confundem amizade com falta de limites. A pesquisa constatou que os filhos precisam e valorizam as restrições.
Outra mudança no comportamento das crianças foi o poder de decisão que elas têm dentro de casa. Hoje, com maior acesso às informações na internet e na TV, as crianças adquiriram um poder de argumentação, influenciando nas decisões familiares. 56% dos pais afirmaram que são os filhos que decidem o destino das férias.
Os estudos da viacom revelaram que as crianças menores são bem mais próximas e dependentes dos pais, buscam aprovação constante e carinho. Já as crianças maiores consideram os pais importantes, mas procuram se afastar para buscarem a própria personalidade.
91%dos pais e 54% das mães trabalham fora de casa. De acordo com a pesquisa, num primeiro momento, as crianças gostam de ficar sozinhas, pois se sentem em plena liberdade. Mas depois, elas passam a ficar entediadas, sem ter o que fazer.
Beatriz Mello esclarece que, como os pais estão cada vez mais ausentes, eles se preocupam em planejar da melhor maneira possível o tempo que têm quando estão com os filhos.
A pesquisa mostrou que o ponto de encontro mais usado pelos membros familiares na casa é a sala de TV. 79% das famílias se encontram neste cômodo. Pouco a pouco, a cozinha vem se tornando também um local onde pais e filhos se reúnem.
Outro aspecto verificado na relação entre pai e filho diz respeito aos ensinamentos que um passa ao outro. Os pais assumem que aprendem muito com os filhos, por meio de novas músicas, brincadeiras e tecnologia. 41% admite que, na casa, os filhos é que mais entendem de celular. Por outro lado, os pais ainda têm muito a ensinar: os filhos afirmam que aprendem sobre limites e experiência de vida com o pai e a com a mãe.
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