Doença dos rins
Pessoas podem descobrir problema em fase avançada, quando alterações já são irreversíveis, alertam especialistas.
Pessoas podem descobrir problema em fase avançada, quando alterações já são irreversíveis, alertam especialistas.
Cerca de 70 dos quase 1 milhão de brasileiros com insuficiência renal não sabem que sofrem da doença, que mata em torno de 15 mil pessoas por ano no Brasil. Essa insuficiência corresponde à fase final da evolução da doença renal crônica, em que as funções dos rins estão tão comprometidas que, sem tratamento, a pessoa não terá como sobreviver.
Por isso, é preciso estar atento a possíveis indícios de doença renal, como pressão alta, inchaço, anemia/palidez anormal, fraqueza e desânimo constantes, náuseas e vômitos freqüentes pela manhã, dor lombar, cólica renal causada por pedras, indícios de infecção urinária.
Segundo ainda os médicos, o mais preocupante é que as pessoas podem ter insuficiência renal e só vir a descobrir a doença numa fase muito avançada, quando as alterações já são irreversíveis. A doença renal crônica, explicam, freqüentemente é silenciosa, assintomática.
Esclarecem que a prevenção das doenças renais se faz mais com diagnóstico precoce, ou seja, em geral não se pode evitar que uma pessoa venha a ter a doença, mas é possível detectar cedo, tendo assim muito mais chances de atuar contra a progressão para perda de função. Em algumas situações é possível agir antes mesmo da doença poder ser detectada. Seriam os casos de pessoas de alto risco para desenvolver doença renal, como diabéticos e hipertensos.
Diante da realidade, a de que os possíveis sintomas só aparecem muito tarde, resta então fazer exames para diagnóstico precoce. Esses exames são tão simples como uma análise de rotina de urina e uma dosagem de creatinina no sangue. Pessoas que fazem parte dos grupos de risco devem fazê-los periodicamente, assim como parentes de pessoas que têm caso de doença renal progressiva na família.
Especialistas ensinam que é só lembrar de perguntar aos médicos pessoais, como fazem com outros exames: "Doutor, como está minha creatinina?". Ou de solicitar: "Será que dá para pedir meu exame de urina e minha creatinina?". Além disso, advertem, os diabéticos devem fazer regularmente pesquisa de microalbuminúria, um exame para detectar pequeníssimas quantidades de proteínas na urina, as quais são um sinal bem inicial de doença renal, nesses pacientes.
TRATAMENTO
Se o problema é de cálculos, as populares pedras nos rins, profissionais notam que este não é um caso em que a insuficiência renal seja uma grande preocupação. A explicação é que os tratamentos hoje são muito eficientes e, em geral, esses pacientes não perdem função renal de forma expressiva, exceto em situações especiais de grande formação de pedras, infecções superajuntadas, cirurgias.
No tratamento, enquanto o indivíduo mantém algum grau de funcionamento dos rins, são usadas as medidas gerais citadas pelos especialistas, com especial atenção às modificações protetoras dos rins, que servem para controlar a perda de proteínas pela urina, a pressão arterial, os níveis de colesterol e ácido úrico, entre outros.
No entanto, se a pessoa já sofre de insuficiência renal - quando o pouco de função restante não é suficiente para eliminar as toxinas do sangue, controlar o volume sanguíneo e a pressão (entre outras funções) -, restam os dois tratamentos que podem preservar a vida: a diálise e o transplante renal, feitos por nefrologistas - especialistas clínicos que cuidam dos portadores de doenças dos rins.
Desde 2003 o Comitê de Prevenção de Doenças Renais da SBN vem fazendo esforços para alertar a população sobre a doença renal, "cuja freqüência vem crescendo de forma assustadora em todo o mundo, graças, sobretudo, ao aumento do número de pessoas com diabete e hipertensão", informam.
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