Publicado em 03/11/2008 09:49

Fumo passivo mata 2600/ano

Fumantes passivos inspiram mais de 400 substâncias químicas responsáveis pela morte de cerca de 2600 pessoas por ano.

Tratamento a fumantes passivos custa quase 40 milhões de reais

Mais de 2600 pessoas morrem por ano no Brasil vítimas de doenças provocadas pelo tabagismo passivo. Um levantamento econômico encomendado pelo Instituto Nacional do Câncer, Inca, revelou que o Governo Federal gasta mais de 37 milhões de reais com essas pessoas.  Os resultados do estudo “Impacto do custo de doenças relacionadas ao tabagismo passivo no Brasil” foram divulgados na útlima semana, no Rio de Janeiro.


De acordo com o levantamento, R$ 19,15 milhões são gastos com tratamentos pagos pelo Sistema Único de Saúde, (SUS). Além disso, R$ 18 milhões vão para os gastos da Previdência Social com o pagamento de pensões ou benefícios aos parentes das vítimas.


O fumante passivo é a pessoa que não consome tabaco, mas acaba inalando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. Esta fumaça contém uma combinação de mais de 400 substâncias químicas. Além de estarem expostos a substâncias perigosas, os fumantes passivos podem apresentar alergias, ataques de asma ou bronquite, irritação nos olhos e nas vias respiratórias.


De acordo com o médico e técnico da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Ricardo Meireles, os garçons não-fumantes têm duas vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão. O estudo avaliou apenas adultos, mas o médico alerta para outras vítimas: as crianças.


De acordo com os resultados do estudo “Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população brasileira” divulgados há dois meses, pelo menos sete brasileiros morrem diariamente por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. A maioria das mortes ocorre entrem as mulheres.


No Brasil, existem leis que proíbem o fumo em ambientes fechados. De acordo com Ricardo Meirelles, elas são cumpridas na medida do possível, mas precisam ser mais respeitadas. O médico ressalta que, além dos não-fumantes, os próprios fumantes também se beneficiam com o cumprimento dessas leis.


O estudo do Inca levantou os custos de três doenças relacionadas ao tabagismo passivo: o enfarte, o derrame e o câncer de pulmão. Além dessas doenças, os fumantes passivos são vítimas de muitos outros males.


Meireles considera que já houve avanço na conscientização. Há cerca de vinte anos atrás, as pessoas fumavam em diversos locais públicos como ônibus, cinemas e aviões, o que praticamente não ocorre atualmente. No entanto, o médico acredita que ainda é necessário haver mais conscientização.


Entre os dias 6 e 8 de novembro, o Rio de Janeiro vai receber a 11ª edição do Simpósio Internacional sobre o Tratamento do Tabagismo. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead). O simpósio vai colocar em discussão diversos aspectos relacionados à dependência química e ao tabagismo.

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