Em uma semana, os casos confirmados da gripe A (H1N1) em Goiás saltaram de 14 para 23, conforme relatório divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). São duas novas vítimas em Goiânia, uma em Caldas Novas e seis provenientes dos Estados Unidos (3) e Mato Grosso (3) e que foram atendidas em unidades de saúde do Estado. Anápolis, Inhumas e Piracanjuba também integram o quadro da gripe suína em Goiás.
 
Conforme o gerente de ações integradas da Superintendência de Política de Atenção Integral à Saúde (Spais), Petronor de Carvalho, apesar do aumento considerável nas confirmações da gripe A em Goiás, não há motivo para alarde. “O número está dentro do esperado e o vírus tem se comportado como outro qualquer. O que diferencia é que, no caso da gripe comum, não é feita a notificação”, avalia.
 
Petronor acredita que Goiás vive uma situação privilegiada em relação aos Estados das regiões Sul e Sudeste, que concentra o maior número de vítimas do País . “O nosso inverno não é tão rigoroso”, destaca. Segundo ele, as temperaturas baixas obrigam as pessoas a ficarem em ambientes fechados, o que pode propiciar a contaminação pelo vírus da influenza A.
 
O diretor do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia, Boaventura Braz, diz que Goiás não corre risco de sofrer uma epidemia da gripe. “O impacto deve ser menor que nas Regiões Sul e Sudeste, onde o frio complica a condição dos pacientes.” Boaventura Braz também avalia que o tempo seco em Goiás pode ser fator desfavorável. “Ele facilita a inflamação das vias respiratórias e, consequentemente, o contágio.” O novo relatório da SES mostra que o número de suspeitos de terem contraído a doença reduziu em Goiás. Na semana passada eram 27 suspeitos e, agora, são apenas 9. Desses, sete são de Goiânia, um de Ipameri e um de Luziânia. Apesar de ainda não ter entrado na estatística da SES, a Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia informou, terça-feira, que foi confirmada uma vítima da gripe na cidade. Dos nove suspeitos no Estado, 4 são homens e 5 são mulheres, com idades entre 3 e 43 anos. O gerente da Spais diz que não há registro de contaminação ocorrida no Estado. “Não temos como impedir a transmissão aqui dentro. Mas, no momento, isso não ocorre.” Entre os casos suspeitos, há pessoas que podem ter se contaminado em contato com doentes no Brasil. Relatório da semana passada citava 1.175 casos confirmados da doença no País.