"Me dá uma ajuda?
"Me dá uma ajuda", "uma pratinha", "uma merendinha". Com estas frases muitas crianças ficam nas ruas para aumentar a renda adquirida pelos pais com as esmolas. Em parte dos casos, são acompanhados principalmente pelas mães ou vizinhas, passam o dia em um local da cidade escolhido pelo adulto e não estudam.

Por: Arieny Fonseca e Luiz Júnior Fernandes
Como se questionar crianças que vivem nas ruas, quando uma te estende a mão e te pede dinheiro? A grande quantidade de menores que ficam na praça central (Praça Belarmino Essado) na cidade de Inhumas vem se transformando em questionamento para a população. São muitos os que querem um simples trocado para que você o autorize a vigiar seu carro ou que preste qualquer tipo de ajuda. A quantidade é realmente assustadora e com isso a população faz suas próprias indagações sobre qual seria a melhor forma de resolver isto. “Me dá uma ajuda”, “uma pratinha”, “uma merendinha”. Com estas frases muitas crianças ficam nas ruas para aumentar a renda adquirida pelos pais com as esmolas. Em parte dos casos, são acompanhados principalmente pelas mães ou vizinhas, passam o dia em um local da cidade escolhido pelo adulto e não estudam.
É inevitável que estas crianças cresçam negligenciadas pela família e muitas vezes ignorada pela sociedade, estes miúdos correm sérios riscos de se transformar em futuros delinqüentes, o que se torna um absurdo, pois que futuro estas crianças terão diante as poucas alternativas de vida. Ao frio ou ao calor, os menores cumprem um ritual diário: enquanto uns estão pelas ruas, percorrem cafés, abordam clientes das esplanadas e semáforos, outros aguardam sentados no chão ou ao colo de quem vive deste modo de vida, a população está saturada de tantos absurdos. “Não tem dia nem hora, em nossas casas a perturbação é ainda maior, esses negligentes chegam sem pedir licença, sem perguntar quem é apenas querem dinheiro, ou comida”, afirma dona de casa
Quanto a dificuldade que as pessoas têm em auxiliar financeiramente essas crianças, isso acaba por se transformar em vontade de ajudar a solucionar este problema social. Se a população sempre ceder, haverá sempre esse tipo de irritação ao sairmos de nossas próprias casas. Na maioria dos casos, estas crianças possuem família, tem onde dormir e pedem esmolas por comodidade. Pedindo esmolas nas ruas, as crianças estão sujeitas às drogarem e à prostituição, o que se torna cômodo para elas, e incômodo para as autoridades que fecham os olhos para este problema social.
Muitos transformam esse desrespeito em trabalho, ganham por mês quase um salário, ou até mais, o que se torna um circulo vicioso. Eles estabelecem até mesmo horários para estarem na rua vigiando carros em troca de meados, são vistos na maioria das vezes em dias úteis da semana em horário de pico, seria então uma estratégia? Ou uma opção. Tornou-se rotina tanto pra eles que pedem quanto para a população do município que acaba cedendo às pressões de pessoas que alegam ter necessidades de estar nestas condições
Por trás de toda criança pedindo esmola há sempre um adulto explorando seu trabalho. A esmola perpetua a miséria e impede crianças de buscarem uma alternativa de desenvolvimento. Nenhuma criança está na rua por sua vontade própria ou mesmo por desejo de seus familiares. Receber esmola não resolve estruturalmente o problema delas, mas muitas famílias teriam desaparecido se não pedissem. Seria tudo isso a falha de política pública?
Falar que falta política pública é o discurso para não resolver. Para essas crianças nunca faltou política pública. O que falta é uma decisão de priorizar, e de se preocupar mais com a população inhumense e com os problemas sociais da cidade de Inhumas. “Essas crianças que ficam na praça, nas principais ruas da cidade, nos pontos comerciais, pedindo dinheiro, se tornou uma situação insuportável, acho que quem pode tentar resolver este problema, sinceramente não somos nós”, afirma comerciante.
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