Os nós da UEG
Uma singularidade das políticas públicas é que não querem pensar as Universidades brasileiras
Os nós da UEG e do ensino superior brasileiro
Uma singularidade das políticas públicas é que não querem pensar as Universidades brasileiras. O argumento consiste no recorrente medo em discutir intelectualidade e estadismo. Ambos interesses legitimam espaços específicos de poder.
Como centro da produção de conhecimento, o poder emanado da universidade não a legitima; por isso a universidade esta submissa as políticas públicas -partidárias- que não as tem como prioridade. A força de decretos lei não é o único argumento a encerrar o reconhecido tipo ideal de poder burocrático, mas reflete a dependência que este poder cria. Uma dependente desta força, a UEG vive uma crise interna fruto de ismos das políticas públicas: nepotismo, clientelismo, arranjos de poder garantidores das relações entre Status Quo – entendido no filósofo liberal Bobbio como propriedade privada, sagrada e inviolável-, e sua extensão social pela universidade. Nem por isso, a discussão em torno da legitimidade universitária está aquém dos interesses do Estado.É ai que reside a dialética do processo político. Apesar de não representar uma síntese de Universidade brasileira, a UEG vive as conseqüências das desigualdades sociais – erudito e o estadismo -.
Sem restringir a acepção de poder a interesses de esquerda e direita, como entende-los defensores de um bem comum, o da universidade? Nesse sentido, o caráter interlocutor da Universidade não justificaria a própria ação do Status Quo? Dirimir medidas e balizar posições ideológicas pode deixar de ser um valor operacional ou pragmático do estado quando passar a ser coerente e justo com a universidade e outras instituições de alcance civil. Por isso, a vocação universitária deve ser diferente da política.
Ao longo da história brasileira, o pensamento erudito desempenhou papel relevante na definição das políticas de governo-como o próprio FHC-; o que não teve preponderância foi o reconhecimento nas instituições estatais-Universidades - principalmente, a hegemonia que estas iniciativas exerceram no interior da chamada sociedade civil. No entanto, é indubitável que valores e ideais, típicos da tradição universitária, tenham retomado algumas conquistas como lugar importante no debate contemporâneo. Nesse sentido, pode-se afirmar que no plano teórico, nenhum político negou a liberdade democrática. Porém, as manifestações que na prática os políticos deveriam empunhar, não o fazem. Manifestar contra as mazelas da falta de infra-estrutura falta de concursos públicos, bibliotecas equipadas, laboratórios e salários não é tarefa isolada da universidade, isso também representa deixar de reconhecer o aprofundamento das desigualdades sociais. Assim, o ideal da justiça social começa nas bandeiras de lutas populares e estudantis. Isso é não faltar com a própria consciência além da classe que cada um representa. Sou professor!
Gleidson de Oliveira Moreira
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