Decisão da reitoria da UEG pode implicar no fechamento 23 cursos de licenciatura
Suspensão de vestibular foi aprovada no Conselho Universitário, mas não passou por consulta à comunidade acadêmica
A Universidade Estadual de Goiás (UEG) irá suspender os cursos menos procurados no processo seletivo de 2017 da instituição. A decisão deverá afetar cerca de 23 cursos de graduação, em 12 cidades do estado, todos na área de licenciatura, voltados para a formação de professores da educação básica.
A deliberação foi tomada na reunião do Conselho Universitário, no dia 6 deste mês, durante a votação do edital do Processo Seletivo referente ao primeiro semestre de 2017. Uma cláusula incluída no texto aponta a suspensão de vagas ofertadas nos cursos de licenciatura que tiverem a quantidade de inscritos inferior a 1,2 candidatos por vaga tanto no Vestibular quanto no Sistema de Avaliação Seriado (SAS). A medida já foi adotada no último vestibular.
Francisco Almeida, presidente da Adueg, afirma que a deliberação sobre o fechamento dos cursos foi tomada de maneira unilateral, sem a participação da comunidade universitária. "Nada justifica a atitude equivocada da reitoria da Universidade Estadual de Goiás ao anunciar o fechamento dos cursos. É obrigação do estado manter os cursos de licenciatura. Se o argumento é a baixa procura, então teremos que fechar todos os cursos de física no país, pois a procura é baixa, não só na UEG e só se formam 3 pessoas por ano”, enfatiza.
Conforme o presidente da Adueg SSind, a educação básica em Goiás tem um alto déficit de professores graduados nas áreas que a UEG pretende fechar. "O governo do estado precisa assumir a responsabilidade em formar professores a fim de melhorar a qualidade da educação pública estadual, independente do curso ter baixa demanda ou não", disse.
A seção sindical do ANDES-SN emitiu uma nota conclamando a comunidade acadêmica e toda a sociedade goiana a se unirem para impedir o fechamento dos cursos de licenciatura na UEG. “É uma luta de Davi contra Golias e estamos replicando um comunicado de repúdio à decisão para os candidatos ao cargo de prefeito e vereadores, em pequenas mídias regionais, nas rádios comunitárias, redes sociais. Estamos fazendo um trabalho político para evidenciar à sociedade sobre esta decisão e pressionar a reitoria a recuar”, disse.
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