Publicado em 12/12/2006 14:37

Violência no Trânsito, Versão Bárbara

Desde que nos tornamos uma sociedade urbana organizada estamos sendo achatados, violentamente, por nós mesmos. Desenham o cenário urbano da violência contemporânea, vejo e constato que a cada virada de século, a criação de novos tipos de violência é proporcional ao avanço da "liberdade" racional de nossa espécie.

Desde que nos tornamos uma sociedade urbana organizada, lá pelos idos de 1500, mais precisamente na era da capital paulista (no ano de1558), estamos sendo achatados, violentamente, por nós mesmos. Em todas as histórias de rodas de amigos que ouço, livros históricos que leio e até mesmo as estatística atuais, que desenham o cenário urbano da violência contemporânea, vejo e constato que a cada virada de século, a criação de novos tipos de violência é proporcional ao avanço da “liberdade” racional de nossa espécie.

O que quero propor para você, leitor de nosso sítio, não é erguer muros de três, quatro metros de altura com cerca elétrica, monitoramento de vídeo e nem mesmo ilustrar nossas ruas e avenidas com sensores geradores de multas de trânsito. Venho ocupar este nobre espaço do portal para provocar a todos nós. Para que nos atentemos à mais nova modalidade de violência urbana: A VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO, VERSÃO BÁRBARA. Quando se usa esse título logo vem à lembrança, da maioria de nós, a velocidade, álcool/drogas-volante e a ignorância. Mas o que mais me deixa empobrecido é o fator agressivo. A hostilidade dos condutores de veículos para com os outros é tamanha que chega a ponto de se atacarem fisicamente e, o mais recente “recurso” para descarrego da raiva, atacar o outro com o próprio veículo ou arma de punho.

Fatos, estes, que aconteceram recentemente em nossa capital. O Popular de segunda-feira, 13 de novembro, noticia um atropelamento intencional seguido de morte no domingo, dia 12 de novembro, no Jardim Novo Mundo por conta de uma fechada entre veículos. Mais abaixo, na matéria correlata, o jornal relembra outro caso bárbaro ocorrido no dia 19 de outubro do ano passado, onde um motociclista foi atropelado por um funcionário da Caixa Econômica Federal. Os familiares do então motociclista acusam que seu parente foi morto de forma intencional e o caso tramita no Tribunal de Justiça de Goiás há mais de um ano.

Não é necessário irmos longe para sabermos ou mesmo presenciarmos fatos desumanos ocorridos no trânsito. No momento em que escrevia este artigo, dia 14, me veio a notícia de um atropelamento de um garoto de 15 anos, que mora a cerca de cem metros de minha casa. Eu não saí para apurar os fatos, mas conversando com o irmão da vítima e pela movimentação da Unidade de Resgate do Sub-agrupamento do Corpo de Bombeiros de Inhumas, o garoto sofreu algum tipo de traumato onde, do Cais local, foi imediatamente encaminhado para o Hugo.O notório é que se trata de mais uma agressividade no trânsito, cometida, segundo informações da polícia, de um motorista, cujo nome não cabe aqui revelar, de boa formação familiar. Estamos em Inhumas, não há necessidade de sermos cruéis ao conduzirmos veículos. Tanto é, que nossa cidade não demanda de tamanha indolência dos que nela habita ou perpassam.

A sociedade urbana remete, a qualquer um de nós, organização. Seria impossível se viver numa total desordem. Até mesmo os ratos têm de se organizarem para “usurpar” seus alimentos de nossas dispensas, a estratégia deles se dá, na maioria das vezes, à noite. Será que teremos de aprender com os ratos o momento certo de atravessar um cruzamento de vias? não, eu vejo que não há essa necessidade. Com os mais de quinhentos (500) anos de Brasil e, pouco menos que isso, de experiência de vida urbana e organizada, necessitamos apenas de cultivo a hábitos humanos, investimento pessoal em educação – um maior interesse por informações de bom proveito-, e bom-senso.


Cleomar Santos (Paraíba)
Acadêmico em Jornalismo

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